terça-feira, 10 de abril de 2012

Surpresas!!!


Dia desses estou tranquilo dirigindo (e viva o trânsito do Rio de Janeiro...), e subitamente me vem uma idéia: vou ouvir um pouco de rádio.

Dificilmente escuto rádio (principalmente evangélicas) por considerar algumas coisas que acabamos ouvindo nesses canais “bizarrices musicais” ou “obrigações impostas pelo $$$”, enfim... Mas nesse dia cismei de “me torturar” um pouquinho...

Então no meio da programação vem um silêncio. O locutor para por alguns segundos e começa uma introdução de piano...

Atentei. Não era um piano qualquer, era O TIMBRE de piano! Me animei. Comecei a imaginar: “Seria o Motif? O Ivory? Alguma nova biblioteca de samples? Ou seria realmente um Bosendorfer ou um Yamaha C7 tocando? UAU!”. O pianista executando uma introdução lindíssima. Parecia que o tom era um mi menor ou um ré menor (Não. NÃO TENHO ouvido absoluto. Sou normal, rsrsrs...). E a melodia foi crescendo junto com os graves do instrumento. Arpejos fortes, precisos e o principal: UMA MELODIA BONITA! Não eram aquelas sequencias básicas de tríades pra lá e pra cá, o cara estava tocando MESMO! E MUITO bem!

De repente uma coisa acaba comigo: foi aparecendo, em “fade in”, uma cama de cordas. Na hora gelei. Aqueles acordes graves... Cellos, baixos, violas, violinos... Tudo casadinho! E os timbres? Comecei a conjecturar de novo: “Novas atualizações do Vienna? Algum pacote inédito do EWQL? Ou era MESMO uma orquestra de uns 20 e poucos músicos homenageando meus ouvidos? UAU de novo!!!”

A orquestra foi crescendo enquanto a introdução ia se desenvolvendo (Sim! Ainda era a introdução!). De repente um acorde especial e a entrada triunfal dos metais (!!!). Trompetes, trombones e trompas apoiando e fazendo os devidos contrapontos sob uma melodia LINDÍSSIMA executada pelos violinos. Amigos... Sou músico, AMO música! Me empolguei demais só com aquela introdução. Cheguei a conferir se era mesmo alguma rádio evangélica pensando “Quem produziu isso? Será que foi algum amigo meu? Quem arranjou? DEUS! Que coisa linda!”.

A orquestra diminui a dinâmica e de repente ela vem: A voz. Uma mulher. A voz dela era grave, marcante, poderosa... Ela iniciou a primeira parte da canção com uma interpretação hiper suave, quase sussurrando... Era uma letra triste, que falava sobre momentos de tristeza e desânimo, bem introspectiva... E aquela voz sabia muito bem passar a emoção, a contrição, o sentimento... Eu estava MUTIO impactado com aquilo tudo...

Violinos “contraponteavam” com a melodia da cantora, deixando o contraste grave/agudo belíssimo... Volta e meia entrava um oboé dobrando a melodia em momentos de ênfase... Que musica! Que interpretação! Que voz! Que orquestra! E eu doido pra que tudo terminasse logo pra eu poder ouvir quem estava cantando e saber qual o nome o próximo CD que eu iria comprar e do próximo site que iria visitar. Eu PRECISAVA saber quem estava cantando, quem era o arranjador, o produtor, o que estava sendo usado... puxa...

Então de repente a musica cresceu. Os metais faziam o peso necessário para que a cantora começasse a soltar um pouco mais a voz. Tudo foi crescendo. Escalas ascendentes. Harmonia super elaborada! A orquestra gritava: os violinos naqueles trinados agudíssimos, violas e cellos segurando firmes a harmonia, trombones e trompas (eu amo trompas!) fazendo o ar dramático, tímpanos... TÍMPANOS! Tudo no seu lugar, bem arrumadinho, bem mixado, o som do jeito que eu gosto... Percebi uma preparação excepcional para a entrada do refrão. Um fade in de pratos... Fiquei nervoso aguardando o que viria a seguir. Com certeza eu era o maior fã daquela cantora, daquela musica, daquele arranjador... UAU!!!

Então de repente, não mais que de repente:

TAN!

Um ataque. Uma pausa de um compasso. Então me aparece uma sanfona daquelas de PSR 510 Yamaha. Uma linha de baixo MIDI (o baixista não ia tocar em loop, com aquele timbre, tão certinho, tão afinado e sem fazer nenhuma frase o tempo todo...), uma bateria até bem timbrada, mas com TODA A SORTE de percussões existentes no mundo tocando junto. E, lá no fundo, uma guitarrinha de base que parecia ter sido realmente “plug and play”, porque não deveria ter nem um equalizadorzinho pra contar a história... E aquela voz grave, pela qual quase me apaixonei, agora estava quase que “histérica”, numa desconexão de palavras que eu quase não conseguia entender! O refrão da musica parecia ser algo tipo: “Émuitagroriamuitagroriamuitagroriamuitagroria... DEUSvainafrenteliberandoocaminhoeoanjojavemcomasuavitóriaemsuasmaos” numa velocidade incrível que quase não se entendia a letra, quanto mais a dicção da cantora. E o coral dobrando tudo! “MEU DEUS!”, pensei...

Não tenho absolutamente NADA CONTRA o estilo Pentecostal. Sou músico, gosto de boa música e não tenho o interesse e nem quero nenhuma maneira diminuir alguém ou algum estilo musical... Muito menos menosprezar o gosto de cada um, mas...

SERÁ QUE SÓ EU ACHO ISSO ESTRANHO???

(PS: Antes de terminar o primeiro refrão desliguei o radio e voltei pro CD do “Leonardo Goncalves”...)

2 comentários:

Daniel disse...

Expressou exatamente o que eu penso, maravilhoso texto!!!

Ricardo F Ramos disse...

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